Terça-feira, 29 de Maio de 2007
Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo. Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente ?
E os pintores sem entender responderam:
- Sim, mas... - antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de compreender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila , tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove
. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correcção .
Sendo assim, a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será a conquista individual de cada ser dentro de sua própria intimidade.
estou:
Sexta-feira, 25 de Maio de 2007
> >CALEM-ME A CRIANCINHA QUE NÃO CONSIGO MASTIGAR
> >
> >
> >
> >João Miguel Tavares
> >Jornalista
> >jmtavares@dn.pt
> >
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> >
> >Estava Miguel Sousa Tavares na TVI a comentar a nova Lei do Tabaco quando
> >da sua boca saltou esta pérola: o fumo nos restaurantes, que o Governo quer
> >limitar, incomoda muitíssimo menos do que o barulho das crianças - e a
> >estas não há quem lhes corte o pio. Que bela comparação. Afinal, o que é
> >uma nuvenzinha de nicotina ao pé de um miúdo de goela aberta? Vai daí, para
> >justificar a fineza do seu raciocínio, Sousa Tavares avançou para uma
> >confissão pessoal: "Tive a sorte de os meus pais só me levarem a um
> >restaurante quando tinha 13 anos." Há umas décadas, era mais ou menos a
> >idade em que o pai levava o menino ao prostíbulo para perder a virgindade.
> >O Miguel teve uma educação moderna - aos 13 anos, levaram-no pela primeira
> >vez a comer fora.
> >
> >Senti-me tocado e fiz uma revisão
> >de vida. É que eu sou daqueles que levam os filhos aos restaurantes. Mais
> >do que isso. Sou daquela classe que Miguel Sousa Tavares considerou a mais
> >ameaçadora e aberrante: os que levam "até bebés de carrinho!". A minha
> >filha de três anos já infectou estabelecimentos um pouco por todo o país, e
> >o meu filho de 14 meses babou-se por cima de duas ou três toalhas
> >respeitáveis. É certo que eles não pertencem à categoria CSI (Criancinhas
> >Simplesmente Insuportáveis), já que assim de repente não me parece que
> >tenham por hábito exibir a glote cada vez que comem fora - mas, também,
> >quem é que acredita nas palavras de um pai? E depois, há todo aquele vasto
> >campo de imponderáveis: antes de os termos, estamos certos de que vão ser
> >CEE (Crianças Exemplarmente Educadas), mas depois saltam cá para fora,
> >começam a crescer e percebemos com tristeza que vêm munidos de vontade
> >própria, que nem sempre somos
> >capazes de controlar.
> >
> >O que fazer, então? Mantê-los fechados em casa? Acorrentá-los a uma perna
> >do sofá? É uma hipótese, mas mesmo essa é só para quem pode. Na verdade, do
> >alto da sua burguesia endinheirada, e sem certamente se aperceber disso,
> >Miguel Sousa Tavares produziu o comentário mais snobe do ano. Porque, das
> >duas uma, ou os seus pais estiveram 13 anos sem comer fora, num admirável
> >sacrifício pelo bem-estar do próximo, ou então tinham alguém em casa ou na
> >família para lhes tomar conta dos filhinhos quando saíam para a patuscada.
> >E isso, caro Miguel, não é boa educação - é privilégio de classe. Muita
> >gente leva consigo a prole para um restaurante porque, para além do desejo
> >de estar em família, pura e simplesmente não tem ninguém que cuide dos
> >filhos enquanto palita os dentes. Avós à mão e boas empregadas não calham a
> >todos. A não ser que, em nome do supremo amor às boas
> >maneiras, se faça como os paizinhos da pequena Madeleine: deixá-la em casa
> >a dormir com os irmãos, que é para não incomodar o jantar. |
Isto parece surreal!!!!!!!!!!
estou:
Segundo o Portugal Diário de ontem, e em relação a um dos grandes pânicos regularmente cultivados nesta época estival (o cancro da pele e o hábito obviamente suicidário que as sociedades (ocidentais, claro) têm em se expor ao sol) o presidente da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo terá afirmado, sobre a necessidade de protecção solar, que a quantidade ideal de creme a aplicar é, nada mais, nada menos, do que um grama por centímetro quadrado.
«É essa a quantidade recomendada», sublinha o dermatologista.
Só um pequeno comentário, na sequência de um hábito, também saudável, que é O de fazer contas aos números que com tanto gosto como displicência os Senhores jornalistas gostam de nos alarmar:
A superfície média do corpo humano anda por volta dos 1,80 metros quadrados
(1,81 para uma pessoa de 70 quilogramas e 1,70 metros). São portanto 18.000 (DEZOITO MIL) centímetros quadrados. A um grama cada, são DEZOITO QUILOGRAMAS DE CREME (a aplicar de duas em duas horas se também seguirmos as regras)!
Mesmo descontando as partes não expostas (poucas, como sabemos), Convenhamos que é uma bela besuntadela e um excelente negócio para as farmácias e fabricantes. Pode mesmo criar novos postos de trabalho para "carregadores balneários", uma vez que uma família de 4 indivíduos precisará de transportar, para cada duas horas de praia, qualquer coisa como 60 a 80 quilogramas de cremes.
Não imagino com que aspecto ficará uma pessoa depois de aplicar o creme recomendado, mas calculo que não lhe ficaria mal colocar por cima meia dúzia de azeitonas e um raminho de salsa...